TI BIMODAL #3: Três passos para CIO implantar a cultura flexível na TI

Para especialistas, líder deve alinhar departamento com restante da empresa e integrar os dois modos, sem descontentar lado operacional

A TI Bimodal é um modelo que permite ao departamento apoiar a empresa de forma ágil na criação de produtos, processos e aplicações que a diferem no mercado. É o CIO que deve encabeçar essa transformação, e, para isso, precisa saber como investir seu tempo e esforço da melhor maneira possível.

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O líder deve se posicionar dentro da empresa de forma que a TI seja vista como estratégica para promover alguma mudança. "Se o CIO não tem uma frequência de conversa com o CEO, é porque é visto como operacional. O alto executivo acha perda de tempo falar com ele", avalia o consultor Cezar Taurion, CEO da Litteris Consulting.

Em todas as etapas, o gestor precisa fazer o intercâmbio dentro do negócio: "Ele deve ter capacidade para cima, convencendo os gestores de que será preciso gastar dinheiro com inovação, e para baixo, tendo a vontade de envolver seu time com as outras áreas", elenca Anderson Figueiredo, da consultoria P.A. Informática.

Os especialistas comentam três passos para a adoção do modelo:

1) Integrar-se com os gestores das demais áreas de negócioNessa etapa, o CIO precisa convencer os outros departamentos que sua equipe será parceira e vai entender suas demais necessidades. Taurion avalia que, muitas vezes, o líder não é chamado para discussões estratégicas porque, historicamente, a TI é lenta na resposta. "Não quer dizer que não haja demanda: talvez haja e esteja indo para outro lugar. Para mudar essa impressão, o líder precisa rever os processos e deixar o departamento mais ágil e flexível."

Uma TI mais integrada com a realidade do restante da empresa é mais facilmente projetada como um braço estratégico do negócio.

2) Organizar o envolvimento dos profissionais de TI nos outros departamentosO alinhamento é fundamental para estruturar processos eficientes de forma transparente e sustentável. Nesse momento, é essencial que a equipe esteja pronta para encabeçar iniciativas ágeis.

Taurion sugere planejar uma TI dinâmica e começar com experimentações: "Coloque um grupo à parte de pessoas que vai trabalhar com processos mais ágeis, desenvolva aplicações e apure se você pode dar respostas mais rápidas para os outros departamentos."

A Bimodal leva o gestor a pensar além do negócio, em como criar algo novo, e pode ser interessante buscar pessoas com esse perfil, complementa Figueiredo: "Uma alternativa é integrar ao negócio uma startup que já pensa e age diferente. O choque pode ser mais leve do que convencer os times de casa."

Se o alinhamento com os demais gestores já estiver sólido, a organização de atividades e processos entre as equipes será mais natural.

"A TI não é obrigada, nem tem a missão, de fazer tudo, ela precisa descobrir a solução", defende Taurion. Se o departamento não tiver recursos para criar aplicativos necessários, por exemplo, pode criar Interfaces de Programação de Aplicativos (APIs, na sigla em inglês) que permitam que fornecedores externos desenvolvam essas soluções com sua base de dados.

3) Promover a integração Bimodal sem parecer que alguem está perdendoÉ preciso ficar atento para o sistema de dois modos não favorecer nenhum tipo de competição que gere prejuízo. "Do ponto de vista de glamour, é muito mais estimulante trabalhar na área de inovação do que na operação, então é preciso ter a capacidade de mostrar para todos a importância dos dois modos", ressalta Figueiredo.

O dia a dia Bimodal também é um caminho para uma transformação profunda na mentalidade e nos processos do departamento, o que deve atenuar, com o tempo, esse tipo de sentimento negativo. "À medida que o líder receber feedbacks positivos, vai afiando sua equipe até que, eventualmente, toda ou maior parte da TI já estará ágil", diz Tauron.

Esta foi a terceira, e última, parte do especial sobre TI Bimodal.

Autor / Fonte: Editorial HP / Publicado em 01 de Outubro de 2015 às 10h00