TI BIMODAL #1: CIO deve encabeçar jornada que alia tradição e inovação

Especialistas explicam que paradigma é nova maneira de buscar resultados para o negócio e avaliam que tendência é gestão e desenvolvimento se tornarem cada vez mais ágeis

A busca por aliar estabilidade no negócio à inovação em um mercado cada vez mais ágil inspirou a criação da chamada TI Bimodal. O Gartner explica que trata-se do emprego de dois estilos de entrega simultâneos: o Modo 1 é tradicional e sequencial, enfatizando segurança e precisão; o Modo 2 é exploratório e não-linear, focando na agilidade e rapidez.

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Exemplos de uso seriam a alocação de sistemas críticos, como o Enterprise Resource Management (ERP) e Costumer Relationship Management (CRM), e seus profissionais responsáveis, no Modo 1, onde estariam protegidos por processos mais conservadores. Projetos ágeis e experimentais, com resultado mais a longo prazo e que buscam criar algo que não tenha modelos pré-estabelecidos no mercado, podem se beneficiar pela estrutura fluida do Modo 2.

"Nessa estratégia, a TI tem que olhar com dois vieses: de um lado, manter a produção constante e, do outro, estar atenta para inovações que possam trazer resultado para o negócio", explica Anderson Figueiredo, da consultoria P.A. Informática.

Para o executivo, a ideia compreende "um novo nome para conceitos já usados", mas está ligada a uma demanda por um protagonismo maior do CIO. "Já se fala há alguns anos que o gestor de TI precisa estar alinhado à estratégia do negócio. A Bimodal inclui a inovação nessa perspectiva", avalia.

Transição
O consultor Cezar Taurion, CEO da Litteris Consulting, vê a estratégia como um momento de transição entre o mundo pré e pós-internet. "Companhias como a Tesla, que surgiram com modelo de negócio ligado à rede, têm um processo de desenvolvimento ágil, não mais Bimodal. É nativo delas", defende. Esses empreendimentos não precisam adotar e atualizar uma série de tecnologias herdadas de décadas anteriores, tendo à disposição soluções ágeis desde o início. "Bimodal significa manter e melhorar esse legado, mas investindo em iniciativas na velocidade do mundo digital", pontua.

Taurion avalia que adotar novos paradigmas de gestão mais ágeis é uma questão de sobrevivência. "Só quem dá um passo à frente ganha vantagem competitiva. Um exemplo exagerado: implementar um sistema de ERP não é inovar, é diminuir a ineficiência. Para ficar no G4, na liderança do campeonato, tem que inovar", defende.

Figueiredo avalia que é preciso diagnosticar se há espaço na empresa para essa adoção, mas que o CIO deve se preparar para apresentar a ideia para o CEO: "Criar processos novos é bom para todo mundo, ainda mais no Brasil, porque estamos num momento em que a eficiência é muito importante. A maior dificuldade é convencer quem tem o poder de decisão da importância de iniciativas como a implantação de uma estrutura Bimodal".

Esta é a primeira parte do especial sobre TI Bimodal. As próximas vão contemplar exemplos de empresas que adotaram a estratégia e orientações para implementá-la no negócio.

Autor / Fonte: Editorial HP / Publicado em 24 de Setembro de 2015 às 10h00