Gartner lista doze prioridades dos CIOs da América Latina para 2015
A estrada que leva ao oásis da economia digital ainda vai demandar muito asfalto para ser construída, especialmente na América Latina. O Gartner pesquisou o mercado e descobriu tópicos prioritários para os próximos meses nas agendas dos CIOs latino-americanos. O topo da lista é ocupado por iniciativas envolvendo infraestrutura e data center, o que dá uma dimensão que a região direciona esforços ainda para preparação de operações.
Segundo o levantamento, projetos endereçados a essa frente consumirão 57% dos budgets de TI das empresas brasileiras ao longo do ano. "Não tem jeito, tem que fazer o negócio funcionar", comenta Henrique Cecci, diretor de pesquisas da consultoria, explicando o percentual elevado canalizado a iniciativas de sustentação.
"Não existem mais negócios que não tenham tecnologia envolvida. E isso custa caro. Precisa uma grande infraestrutura para suportar o dia a dia. É um mal necessário. São jornadas e não são fáceis. É a conta que precisamos pagar", acrescenta o especialista.
Cecci lembra que infraestrutura e data center já ocupavam posição de destaque no ano passado, quando figuravam na segunda posição do ranking regional elaborado anualmente pelo Gartner.
A lista de prioridades dos gestores de tecnologia latino-americanos para 2015 traz na segunda posição iniciativas de business intelligence e analytics, seguido por esforços envolvendo ERP, cloud, mobile, comunicação e redes, marketing digital, segurança, desenvolvimento de aplicações, serviços de TI e automação, aplicações corporativas e CRM.
Globalmente, no topo das prioridades dos CIOs está BI e analytics, seguido de infraestrutura e data center. A seguir vem cloud, ERP, mobilidade, digitalização e marketing digital, segurança, redes e comunicação de dados, CRM aplicações específicas de indústria, modernização de legados e aplicações corporativas.
Viabilidade da nuvem
A pesquisa Agenda do CIO para 2015 entrevistou 2,8 mil executivos que gastam US$ 202,5 bilhões em infraestrutura de TI e operações. De acordo com o levantamento, quase metade dos entrevistados considera cloud "uma opção viável".
Cecci revela um cenário animador com relação a computação em nuvem no Brasil. "Cloud está crescendo muito e devemos dobrar os números em dois anos e meio", comenta o especialista da consultoria.
Porém, globalmente, 9% dos entrevistados ainda não planejam usar recursos de computação em nuvem, nem mesmo para projetos de SaaS, e 15% não deverão nem usar o conceito em projetos de IaaS.
Mais com o mesmo
Dentre os desafios apontados pelos gestores de tecnologia do Brasil para os próximos meses, o Gartner aponta uma inclinação para otimização de custos. "É um item que temos visto frequentemente no radar: fazer mais com menos ou até com o mesmo", comenta Cecci. A parte boa é que, segundo a consultoria, cerca de 75% das empresas reduzirão 25% ou mais dos custos de processamento até 2018.
Além disso, aparecem outras iniciativas no horizonte dos CIOs que tocam questões como melhoria processos e de serviços de TI. Elementos como "entregar projetos que possibilitem o crescimento dos negócios" também figuram entre as preocupações, embora não ocupem uma posição tão destacada na lista de prioridades.
Diante desse cenário, resta saber como os líderes de tecnologia das organizações acomodarão projetos de inovação dentro de seus esforços diários. O próprio Gartner bate bastante na tecla de que os CIOs precisam deixar para trás uma postura operacional e técnica para se aventurarem como líderes da transformação digital.
Ao que tudo indica, a vida não será fácil nos próximos anos e, como apresentado no início desse texto, ainda há muita estrada que os departamentos de tecnologia precisarão pavimentar ao longo dos próximos anos.
Autor / Fonte:Felipe Dreher/Computerwold