A quarta revolução industrial já está acontecendo, e a TI está no centro dela. Nomeada de Indústria 4.0, ou Industry 4.0, ela se caracteriza pela convergência digital entre indústria e negócios, que ficam conectados por processos, sistemas e instalações inteligentes, explica o Gartner.
O programa derivou do Horizon 2020, projeto da União Europeia que prevê investimento em inovação, explica o Principal da HP, Reinaldo Lorenzato. O governo alemão encabeçou a iniciativa devido a seu poder industrial e necessidades, diz o executivo. "Eles se perguntaram como ser competitivo sem escala, matéria-prima, energia ou mão de obra. O único jeito é gerar tecnologia para ser mais eficiente". Para isso, busca-se desenvolver a manufatura, tendo em vista o aumento da demanda de energia e tecnologia provocado pelas cidades inteligentes, ou smart cities. Promover um ambiente urbano totalmente conectado só é possível por meio da coordenação inteligente e digital da produção em diversos setores do mercado, da infraestrutura à comunicação.
Após a introdução do vapor, da produção em massa e da automação informática das revoluções anteriores, a novidade da onda está nos sistemas "ciber-físicos". Um exemplo é a Internet of Things (IoT), que promove a conexão de inúmeros dispositivos em diversos ambientes digitais. Em um primeiro momento, ela oferece a coleta e organização de dados essenciais sobre clientes de um negócio específico. Já em uma cidade inteligente, integra diversos sistemas para ajudar a organizar todo o trânsito.
A maioria das iniciativas da Industry 4.0 ainda está concentrada na Alemanha e em países próximos. Porém, todo negócio que investe em tecnologia ou se apoia em coleta e análise de dados vai se deparar com seus paradigmas, argumenta O Gartner. Na outra ponta, qualquer dispositivo conectado à internet, ou que produza informações, pode ser assimilado em iniciativas inteligentes.
Apesar de representar novas oportunidades de negócios, a Industry 4.0 também traz desafios. Para o Gartner, os CIOs devem focar em investimentos de pequena escala, de forma incremental e experimental. A consultoria também lista algumas orientações:
-Combinar dados da companhia e do mercado, para melhorar a tomada de decisão na criação de designs de produtos e processos;
-Aproximar TI e Tecnologia da Operação (TO) dentro da organização, integrando a segurança e gestão de riscos nos dois domínios;
-Mapear a estrutura de TI e identificar onde é necessário investir na digitalização;
-Compreender como as tecnologias da Industry 4.0 podem promover a localização, em vez de globalização, das operações de produção. Isso ajudará a avaliar a relação entre custo, inovação e oferta das inovações;
-Trabalhar para desenvolver produtos e processos inteligentes, mas com uma visão focada e incremental, na qual os investimentos podem ser claramente justificados e, os benefícios, evidentes.
Essa é a primeira parte do especial sobre Industry 4.0. Os próximos conteúdos vão contemplar as tecnologias que sustentam o paradigma e a situação da Alemanha e do Brasil.
Autor / Fonte:Editorial HP / Publicado em 11 de Agosto de 2015 às 10h00