TI BIMODAL #2: Empresas prosperam aliando inovação e tradição na TI

TI BIMODAL #2: Empresas prosperam aliando inovação e tradição na TI

Grupo italiano de óculos e metrô de Hong Kong estão entre negócios que obtiveram sucesso com modelo; Brasil também agrega modelos de sucesso


O Gartner estima que, em 2014, 45% dos CIOs lideravam algum tipo de operação ágil no negócio e que, até 2017, 75% das organizações de TI serão bimodais em algum grau. A estratégia diz respeito a aliar dois estilos de entrega para incentivar a sustentabilidade e o progresso do negócio: o Modo 1, tradicional e preciso, e o Modo 2, ágil e inovador.

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A consultoria cita dois exemplos de bom uso da estratégia Bimodal. O sistema ferroviário e de metrô de Hong Kong, operado pela Mass Transit Railway (MTR), atua com  dois modos para lidar de forma fluida com a operação segura dos trens e com crises, tais como emergências ambientais. A sociedade de economia mista já conquistou índices altos de rentabilidade e qualidade de serviço - como um índice de pontualidade de 99,9% para os trens.

Outro negócio evidenciado é o grupo italiano de óculos Luxottica, que detém as marcas Ray-Ban e Oakley, entre outras. Seu CIO, Dario Scagliotti, reestruturou o departamento em times menores e independentes para fomentar maneiras de o portal de vendas da empresa passar do modelo e-commerce tradicional para uma experiência mais interativa. Para isso, além de investir no Omni Channel, a Luxottica passou a oferecer a opção de personalizar os óculos pelo próprio site e focou na interação humana durante a venda. Para atender a essa inovação, a TI precisa de operações bimodais, com "uma personalidade dividida, sendo metade focada nos detalhes e metade criativa e curiosa", conta Scagliotti.

BrasilAnderson Figueiredo, da consultoria P.A. Informática, cita duas grandes empresas, uma do setor de crédito e outra do de cosméticos, como exemplos de estratégia Bimodal bem sucedida no Brasil, ressaltando que as companhias adotaram o paradigma antes de o nome ser popularizado.

Há cerca de três anos, o negócio que atua com crédito  adotou uma solução de Big Data, o que por si só não é exemplar, lembra: "Mas, para dar conta do volume de dados e analisá-los com os algoritmos adequados, o CIO formou uma equipe à parte com estatísticos, não com profissionais do TI. Isso é pensar diferente: houve a percepção de que era preciso algo novo porque a área de TI não daria conta dessa análise".

A empresa do ramo de cosméticos tem a Bimodal formalizada."Todos os departamentos, inclusive TI, têm área de inovação. Faz parte de uma cultura da empresa e acontece junto a uma integração cada vez maior entre as áreas do negócio", conta Figueiredo.

O consultor Cezar Taurion, CEO da Litteris Consulting, cita que há alguns exemplos de sucesso no Brasil. "São empresas grandes que surgiram antes da internet e que estão conseguindo fazer a transição com bastante eficiência". Um fator que contribui para a inovação é criar uma base sólida para as tecnologias-chave, conta: "O modelo é pensar em cloud e mobilidade antes de tudo e, depois, sempre se perguntar 'por que não posso aplicar essa tecnologia nessa parte do meu negócio?'".

Esta foi a segunda parte do especial sobre TI Bimodal. A próxima vai contemplar orientações para implementá-la no negócio.

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